Há duas formas de destruição no Planeta: uma é benéfica, a outra é abusiva.
A primeira (...) não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos. (7) A segunda, não prevista na lei de Deus, resulta da imperfeição moral e intelectual do homem, em razão da predominância (...) da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. (10)
A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se com a bondade de Deus. Pergunta-se por que Ihes criou ele a necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.
Para quem apenas vê a matéria e restringe à vida presente a sua visão, há de isso, com efeito, parecer uma imperfeição na obra divina.
É que, em geral, os homens apreciam a perfeição de Deus do ponto de vista humano; medindo-lhe a sabedoria pelo juízo que dela formam, pensam que Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam.
Não Ihes permitindo a curta visão, de que dispõem apreciar o conjunto, não compreendem que um bem real possa decorrer de um mal aparente. Só o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, e o da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da criação, pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia, exatamente onde apenas vê uma anomalia e uma contradição. (1)
A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse princípio necessita do corpo, para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta.
O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, sai dele cada vez mais forte, mais lúcido (Que tem clareza e penetração de inteligência: que mostra uso de razão) e mais apto (idôneo, hábil, habilitado, capaz). (...)
Por meio do incessante espetáculo da destruição, ensina Deus aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e Ihes suscita a idéia da vida espiritual, fazendo que a desejem como uma compensação.
Objetar-se-á: não podia Deus chegar ao mesmo resultado por outros meios, sem constranger os seres vivos a se entre destruírem?
Desde que na sua obra tudo é sabedoria, devemos supor que esta não existirá mais num ponto do que noutros; se não o compreendemos assim, devemos atribuí-Io à nossa falta de adiantamento.
Contudo, podemos tentar a pesquisa da razão do que nos pareça defeituoso, tomando por bússola este princípio: Deus há de ser infinitamente justo e sábio. Procuremos, portanto, em tudo, a sua justiça e a sua sabedoria e curvemo-nos diante do que ultrapasse o nosso entendimento. (2)
Uma primeira utilidade, que se apresenta de tal destruição, utilidade, sem dúvida, puramente física, é esta: os corpos orgânicos só se conservam com o auxilio das matérias orgânicas, matérias que só elas contêm os elementos nutritivos necessários à transformação deles.
Como instrumentos de ação para o princípio inteligente, precisando os corpos ser constantemente renovados, a Providência faz que sirvam ao seu mútuo entretenimento.
Eis por que os seres se nutrem uns dos outros. Mas, então, é o corpo que se nutre do corpo, sem que o Espírito se aniquile ou altere. Fica apenas despojado do seu envoltório. (3)
Há também considerações morais de ordem elevada.
É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservara vida usam de habilidade e inteligência, aumentando, em consequência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou o mais destro tirou ao mais fraco?
A veste de came, nada mais; ulteriormente (ocorre depois), o Espírito, que não morreu, tomará outra. (4)
A (...) lei de destruição é, por assim dizer, o complemento do processo evolutivo, visto ser preciso morrer para renascer e passar por milhares de metamorfoses, animando formas corporais gradativamente mais aperfeiçoadas, e é desse modo que, paralelamente, os seres vão passando por estados de consciência cada vez mais lúcidos, até atingir, na espécie humana, o reinado da Razão. (11)
A denominada lei de destruição melhor se conceituaria, no dizer dos Instrutores Espirituais, como lei de transformação. O que ocorre, na realidade, é a transformação e não a destruição, tanto no que concerne à matéria quanto no que se refere ao Espírito.
A célebre anunciação de Lavoisier - na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma - foi uma ante visão científica, no campo da matéria, do que os Espíritos viriam confirmar mais tarde ao Codificador.
Tomada como transformação, a norma aplica-se também ao Espírito eterno, indestrutível, mas em contínua mutação, obedecendo à evolução e ao progresso sob os processos mais variados e complexos. (12)
Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. (5)
A destruição mútua existente entre os animais, mantida à custa da cadeia alimentar; atende à lei natural de preservação e diversidade biológica das espécies da Natureza.
No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto.
Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais.
Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, à necessidade, que experimenta, de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa.
O homem ganha horror ao sangue.
Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito, pois, mesmo chegando a esse ponto, que parece culminante, ele ainda está longe de ser perfeito. Só à custa de muita atividade adquire conhecimento, experiência e se despoja (abandona, despe) dos últimos vestígios da animalidade.
Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que era, se torna puramente intelectual.
O homem luta contra as dificuldades, não mais contra os seus semelhantes. (6)
A sabedoria divina dotou os seres vivos de dois instintos opostos: o de destruição e o de conservação.
Ambos funcionam como princípios da natureza.
Pelo primeiro, os seres se destroem reciprocamente, visando diferentes fins, entre os quais a alimentação com os despojos materiais. (12)
Deus coloca (...) o remédio ao lado do mal (...) para manter o equilíbrio e servir de contrapeso. (9)
É por essa razão que as (...) criaturas são instrumentos de que Deus se serve para chegar aos fins que objetiva.
Para se alimentarem, os seres vivos reciprocamente se destroem - destruição esta que obedece a um duplo fim: manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tomar-se excessiva, e utilização dos despojos do invólucro exterior que sofre a destruição.
Esse invólucro é simples acessório e não a parte essencial do ser pensante. A parte essencial é o princípio inteligente, que não se pode destruir e se elabora nas metamorfoses diversas por que passa. (8)
A destruição abusiva é, sob qualquer pretexto, um atentado (ofensa) à lei de Deus.
Nesse sentido, o (...) homem tem papel preponderante diante dos demais seres vivos, ao dizimar (destruir), em larga escala, os demais seres da criação, seja buscando alimentar a crescente população humana, seja aproveitando os despojos (restos) animais e vegetais em inúmeras indústrias de transformação, que lhe proporcionam múltiplas utilidades. (13)
Infelizmente, existem significativas e graves destruições no nosso Planeta em razão da desmedida ambição humana.
A título de sustentação de preços de mercado, teóricos economistas, há algumas décadas, sustentavam a vantagem da destruição de produtos e colheitas, como aconteceu no Brasil, na década de 1930, quando milhares e milhares de toneladas de café foram queimados, numa demonstração inequívoca de insensibilidade, de egoísmo e de ignorância dos responsáveis por tais desmandos.
Enquanto se estendiam os campos de queima de café no Sul do país, em estúpida destruição, populações inteiras do Nordeste e do Norte não tinham meios de adquirir café para a sua alimentação. (...)
Outros abusos que têm provocado a reação e os protestos das populações esclarecidas de todo o Planeta, por sua profunda repercussão no relacionamento entre os seres vivos e o meio ambiente, são os problemas ecológicos.
Relativamente recente tem sido a conscientização das populações para esse tipo de destruição, que o homem, consciente ou inconscientemente, vem provocando na terra, nas águas e na atmosfera. (...) Não se pode deixar de reconhecer que os novos processos tecnológicos, aliados à enorme proliferação dos estabelecimentos fabris, sem os necessários cuidados capazes de evitar a poluição, vão causando a destruição da vida animal nos rios, lagos e mares, com o contínuo lançamento de dejetos e resíduos industriais nas águas, ao mesmo tempo que fábricas e máquinas de toda espécie contribuem para poluir a atmosfera.
Some-se a tudo isso a destruição contínua das florestas e de muitas espécies animais e ainda a ameaça das bombas, usinas e lixo atômico e tem-se um quadro sombrio das condições materiais do mundo contemporâneo, agravando-se pelo descuido, imprevidência e deseducação, gerando o desequilíbrio mesológico (ecológico) e perspectivas pouco animadoras. (14)
Sabemos, entretanto, que a destruição abusiva irá desaparecer, paulatinamente, da Terra, em razão do progresso moral e intelectual do ser humano. Atualmente já existe um número significativo de indivíduos e organizações, espalhados pelo mundo, seriamente trabalhando para que a vida no Planeta se desenvolva num clima de equilíbrio, o que demonstra uma conscientização mais ampla a respeito desse assunto.
Referência Bibliográfica
1. KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 45. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2004. Cap. III, item 20, p. 81.
2. ______. Item 21, p. 81-82.
3. ______. Item 22, p. 82.
4 .______.Item 23, p. 82-83.
5. ______. Item 24, p. 83.
6 .______. p. 83-84.
7. ______. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Questão 728, p. 346.
8._______ . Questão 728 - a, p. 346.
9. ______ . Questão 731, p. 347.
10. ______ . Questão 735, p. 348.
11. CALLlGARIS, Rodolfo. As Leis Morais. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Item:lei de destruição, p. 90.
12. SOUZA, Juvanir Borges de. Tempo de Transição. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Cap. 35 (A lei de destruição), p. 285.
13. ______ . p. 285-286.
14 . ______. 287-288.
Outro texto sobre o tema:
Os seres vivos, para se alimentarem, "destroem-se" reciprocamente, seguindo esta aparente destruição dois fins:
1) Manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tornar-se excessiva, quebrando a dinâmica de interdependência que existe entre os seres;2) Utilização dos despojos do invólucro exterior, que sofre a destruição. Esse invólucro é simples acessório; a parte essencial do ser pensante é o princípio inteligente, que não se destrói, mas se elabora nas metamorfoses diversas por que passa.
Os meios de preservação de que a própria natureza é dotada têm a finalidade de evitar que a destruição se dê antes do tempo, o que inibiria o desenvolvimento do princípio inteligente.O medo inconsciente do homem pela morte é a manifestação do instinto de conservação animal; é a manifestação inconsciente da necessidade que o seu espírito tem de se desenvolver. Por isso, deve enfrentar as provações da vida sem apelar para a fuga das reclamações, das acusações indevidas, nem tão-pouco aspirar à morte física como forma de resolver os problemas que o alcançam.
A necessidade de destruição, para estabelecer o equilíbrio ecológico e psicológico, é proporcional à natureza dos mundos, cessando quando o físico e o moral se acham mais depurados do que aqui na Terra; são características de mundos mais adiantados que o nosso. Mesmo aqui na Terra, à medida que há uma maior depuração, o sentimento de preservação sobrepuja o de destruição, dando ao homem melhor posição no seu desenvolvimento intelectual e moral.
O direito de destruição sobre os animais, bem como sobre os vegetais, está regulado pela sua necessidade, pagando o homem alto preço por qualquer abuso que cometa denotando apenas a predominância dos seus instintos bestiais destrutivos.
Quando a destruição dos animais é evitada, por excesso de escrúpulo ou por imposição religiosa, o facto em si louvável, passa a ser apenas manifestação supersticiosa, pois o homem excede-se de outra maneira. Só é válida quando aceite interiormente, sem riscos para seu bem-estar ou sobrevivência, e sem revolta.
FLAGELOS DESTRUIDORES
Os flagelos destruidores são permitidos por Deus na medida em que os resultados que deles advêm, e que nem sempre são vistos, admitidos e aceitos pelo homem, os levam a uma regeneração moral, dando advento a uma melhor ordem, que se realiza em poucos anos, em vez de alguns séculos.
São meios de aceleração do progresso da humanidade que, pelas dificuldades, se vê obrigada a mudar a maneira de agir. Tais meios, porém, são de excepção, pois, regularmente, o homem tem, como meio de progredir, o conhecimento do bem e do mal, que, não sendo convenientemente usado, resulta em medidas de excepção, tomadas pela lei de equilíbrio que rege a vida das pessoas, dos grupos, da sociedade, das nações e da humanidade.Pelo facto dos espíritos preexistirem e sobreviverem a tudo, eles formam o mundo real. Os seus corpos físicos e o meio físico no qual eles desenvolvem as suas potencialidades espirituais são meros instrumentos de aperfeiçoamento do verdadeiro eu espiritual. Portanto, quaisquer flagelos que nos atinjam, enquanto encarnados e pelo tempo que for, nada mais serão que meios de educação para a eternidade.
Paciência, resignação, abnegação, desinteresse, amor ao próximo, são sentimentos que caracterizam o homem livre do egoísmo. A forma pela qual eles são conquistados é secundária, tanto podendo ser por adopção como pelo sofrimento que advém da não adopção.
Grande parte dos flagelos são resultantes da imprevidência e do abuso, como se fossem um contragolpe às manifestações orgulhosas e cheias de vaidade do homem.
GUERRAS
As guerras, por exemplo, são o resultado da predominância da natureza animal sobre a espiritual, pois nascem e são fomentadas pelos interesses egoístas de grupos que lutam pelo poder e escravizam e subjugam para mantê-lo.
A guerra desaparecerá da Terra quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus — amar ao próximo como a si mesmo e a Deus acima de todas as coisas (Deus como símbolo de harmonia e de equilíbrio).
A guerra ainda existe na Terra como uma forma usada pelos segmentos da sociedade discordantes e conflitantes entre si — mecanismo servo e senhor — para haver uma libertação do que se encontra escravizado e explorado, dando-lhes possibilidade de progresso e também manejo do mundo, colocando o que estava na posição de senhor como obrigado a sair da sua função de bem-estar para a de luta e trabalho, que levarão todos ao progresso. A alternância destas duas posições — mando e submissão — é que ensina o homem, na sua viagem pelas diversas encarnações, a desenvolver o equilíbrio e o amor ao semelhante.
ASSASSÍNIO
No caso de assassínio, o mal está em que uma vida de expiação ou de missão foi interrompida pela morte imposta, mas o grau de culpabilidade de quem assim agiu está na intenção com que o cometeu; cada tipo tem a sua pena conforme a sua especificidade intencional. Nos casos de legítima defesa, só a necessidade de assim agir, baseada na impossibilidade total de preservar a vida sem atentar contra a vida do agressor, é que tem a escusa divina. Nas guerras o homem não é culpado quando constrangido à força, mas qualquer crueldade, como qualquer gesto de bondade e humanidade, pesarão no seu julgamento.
O aborto, mesmo o protegido pela legislação humana, é considerado um crime, variando a penalidade conforme a intenção que o motive.
CRUELDADE
A natureza ainda inferior do homem adiciona à destruição a crueldade, que vem a ser uma maneira materialista de ser, pois apenas experimentam as necessidades da vida do corpo os que agem cruelmente por não se darem conta da continuidade da vida em outros níveis. A crueldade deriva da falta de aplicação do senso moral, que gradativamente se desenvolve nos seres, cumprindo aos homens bons, já moralizados, pelas suas acções anularem a influência dos maus e pelos seus exemplos auxiliarem a transformação gradativa dessas criaturas.
O desenvolvimento moral enfraquece o domínio das faculdades puramente animais, que predominam nos homens inferiores. Assim se abafa e neutraliza a sobreexcitação dos instintos materiais a favor do senso moral ainda incipiente dos pouco evoluídos. No meio dos bons, às vezes aparece uma "ovelha desgarrada", que nada mais é que um espírito inferior, disposto esperançosamente a melhorar, mas, não tendo estrutura, deixa-se levar pela predominância da sua natureza primitiva. Porém, com a sucessiva passagem em diversas experiências corporais, neste ou noutros mundos, todos os espíritos estão fadados a desenvolver as suas potencialidades divinas, que são atributos inalienáveis de todo o ser criado por Deus.
PENA DE MORTE
Terá o homem o direito de tirar a vida de outro homem, mesmo que este tenha tirado a vida a alguém?
A pena de morte é contrária à lei de Deus, e a sua manutenção é traço do atraso espiritual dos povos que a mantêm e sustentam. Há outro meio de evitar que um elemento perigoso ponha em risco a vida de outras pessoas; de resto, matando o seu corpo não se está a livrar a sociedade da sua influência má, negativa e revoltada, pois, como espírito, continuará associado ao meio criminoso, inspirando criaturas frágeis, que funcionam como instrumentos de acção em busca de vingança e satisfação dos seus instintos cruéis. Procurar, de todas as formas, regenerar o criminoso, tentando reparar um mal que começou a ser feito quando ele foi relegado ao abandono e à marginalidade, na infância, reconhecendo que a maior parte da criminalidade surge por falta de educação e condições sociais mínimas, em face do desequilíbrio existente na má distribuição dos bens e da riqueza, que são acumulados egoisticamente por pequenos grupos, que passam a vida inteira preocupados em fazê-los crescer e preservando-os, como único meio de satisfação e felicidade. A marginalidade é a cobrança social que a própria lei de causa e efeito promove, pela falta de investimento na educação e nas condições básicas de sobrevivência.
Nota-se, igualmente, grande número de criminosos e assaltantes que agem de maneira refinada e elegante, escapando quase sempre das malhas da lei humana, mas que jamais poderão escapar das leis divinas, que estão presentes em todas as situações de vida.
A pena de morte imposta a quem matou não encontra fundamento e justificação na lei divina, porque somente o Criador pode dispor da vida da criatura.
Geralmente, quem foi causa de sofrimento para o seu semelhante virá a enfrentar situações em que sofrerá o que tenha feito outrem sofrer, pois a leis matemáticas inscritas nos mecanismos da consciência individual ditam a essa mesma consciência que qualquer equilíbrio rompido deve ser recomposto com o trabalho de quem o desajustou. Quando a pena de morte é imposta em nome de Deus comete-se um verdadeiro sacrilégio, pois, orgulhosamente, o homem autopromove-se à criação divina de distribuidor da justiça, colocando-se, assim, distante da compreensão verdadeira de Deus. Vaidosamente, o homem coloca-se na condição de substituto de Deus, sobrecarregando o seu espírito com todos os males que assim promover.
link:http://www.espirito.org.br/portal/cursos/cbe-adep/caderno08-lei-da-destruicao.html
Há duas formas de destruição no Planeta: uma é benéfica, a outra é abusiva.
A primeira (...) não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos. (7) A segunda, não prevista na lei de Deus, resulta da imperfeição moral e intelectual do homem, em razão da predominância (...) da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. (10)
A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se com a bondade de Deus. Pergunta-se por que Ihes criou ele a necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.
Para quem apenas vê a matéria e restringe à vida presente a sua visão, há de isso, com efeito, parecer uma imperfeição na obra divina.
É que, em geral, os homens apreciam a perfeição de Deus do ponto de vista humano; medindo-lhe a sabedoria pelo juízo que dela formam, pensam que Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam.
Não Ihes permitindo a curta visão, de que dispõem apreciar o conjunto, não compreendem que um bem real possa decorrer de um mal aparente. Só o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, e o da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da criação, pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia, exatamente onde apenas vê uma anomalia e uma contradição. (1)
A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse princípio necessita do corpo, para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta.
O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, sai dele cada vez mais forte, mais lúcido (Que tem clareza e penetração de inteligência: que mostra uso de razão) e mais apto (idôneo, hábil, habilitado, capaz). (...)
Por meio do incessante espetáculo da destruição, ensina Deus aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e Ihes suscita a idéia da vida espiritual, fazendo que a desejem como uma compensação.
Objetar-se-á: não podia Deus chegar ao mesmo resultado por outros meios, sem constranger os seres vivos a se entre destruírem?
Desde que na sua obra tudo é sabedoria, devemos supor que esta não existirá mais num ponto do que noutros; se não o compreendemos assim, devemos atribuí-Io à nossa falta de adiantamento.
Contudo, podemos tentar a pesquisa da razão do que nos pareça defeituoso, tomando por bússola este princípio: Deus há de ser infinitamente justo e sábio. Procuremos, portanto, em tudo, a sua justiça e a sua sabedoria e curvemo-nos diante do que ultrapasse o nosso entendimento. (2)
Uma primeira utilidade, que se apresenta de tal destruição, utilidade, sem dúvida, puramente física, é esta: os corpos orgânicos só se conservam com o auxilio das matérias orgânicas, matérias que só elas contêm os elementos nutritivos necessários à transformação deles.
Como instrumentos de ação para o princípio inteligente, precisando os corpos ser constantemente renovados, a Providência faz que sirvam ao seu mútuo entretenimento.
Eis por que os seres se nutrem uns dos outros. Mas, então, é o corpo que se nutre do corpo, sem que o Espírito se aniquile ou altere. Fica apenas despojado do seu envoltório. (3)
Há também considerações morais de ordem elevada.
É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservara vida usam de habilidade e inteligência, aumentando, em consequência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou o mais destro tirou ao mais fraco?
A veste de came, nada mais; ulteriormente (ocorre depois), o Espírito, que não morreu, tomará outra. (4)
A (...) lei de destruição é, por assim dizer, o complemento do processo evolutivo, visto ser preciso morrer para renascer e passar por milhares de metamorfoses, animando formas corporais gradativamente mais aperfeiçoadas, e é desse modo que, paralelamente, os seres vão passando por estados de consciência cada vez mais lúcidos, até atingir, na espécie humana, o reinado da Razão. (11)
A denominada lei de destruição melhor se conceituaria, no dizer dos Instrutores Espirituais, como lei de transformação. O que ocorre, na realidade, é a transformação e não a destruição, tanto no que concerne à matéria quanto no que se refere ao Espírito.
A célebre anunciação de Lavoisier - na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma - foi uma ante visão científica, no campo da matéria, do que os Espíritos viriam confirmar mais tarde ao Codificador.
Tomada como transformação, a norma aplica-se também ao Espírito eterno, indestrutível, mas em contínua mutação, obedecendo à evolução e ao progresso sob os processos mais variados e complexos. (12)
Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. (5)
A destruição mútua existente entre os animais, mantida à custa da cadeia alimentar; atende à lei natural de preservação e diversidade biológica das espécies da Natureza.
No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto.
Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais.
Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, à necessidade, que experimenta, de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa.
O homem ganha horror ao sangue.
Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito, pois, mesmo chegando a esse ponto, que parece culminante, ele ainda está longe de ser perfeito. Só à custa de muita atividade adquire conhecimento, experiência e se despoja (abandona, despe) dos últimos vestígios da animalidade.
Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que era, se torna puramente intelectual.
O homem luta contra as dificuldades, não mais contra os seus semelhantes. (6)
A sabedoria divina dotou os seres vivos de dois instintos opostos: o de destruição e o de conservação.
Ambos funcionam como princípios da natureza.
Pelo primeiro, os seres se destroem reciprocamente, visando diferentes fins, entre os quais a alimentação com os despojos materiais. (12)
Deus coloca (...) o remédio ao lado do mal (...) para manter o equilíbrio e servir de contrapeso. (9)
É por essa razão que as (...) criaturas são instrumentos de que Deus se serve para chegar aos fins que objetiva.
Para se alimentarem, os seres vivos reciprocamente se destroem - destruição esta que obedece a um duplo fim: manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tomar-se excessiva, e utilização dos despojos do invólucro exterior que sofre a destruição.
Esse invólucro é simples acessório e não a parte essencial do ser pensante. A parte essencial é o princípio inteligente, que não se pode destruir e se elabora nas metamorfoses diversas por que passa. (8)
A destruição abusiva é, sob qualquer pretexto, um atentado (ofensa) à lei de Deus.
Nesse sentido, o (...) homem tem papel preponderante diante dos demais seres vivos, ao dizimar (destruir), em larga escala, os demais seres da criação, seja buscando alimentar a crescente população humana, seja aproveitando os despojos (restos) animais e vegetais em inúmeras indústrias de transformação, que lhe proporcionam múltiplas utilidades. (13)
Infelizmente, existem significativas e graves destruições no nosso Planeta em razão da desmedida ambição humana.
A título de sustentação de preços de mercado, teóricos economistas, há algumas décadas, sustentavam a vantagem da destruição de produtos e colheitas, como aconteceu no Brasil, na década de 1930, quando milhares e milhares de toneladas de café foram queimados, numa demonstração inequívoca de insensibilidade, de egoísmo e de ignorância dos responsáveis por tais desmandos.
Enquanto se estendiam os campos de queima de café no Sul do país, em estúpida destruição, populações inteiras do Nordeste e do Norte não tinham meios de adquirir café para a sua alimentação. (...)
Outros abusos que têm provocado a reação e os protestos das populações esclarecidas de todo o Planeta, por sua profunda repercussão no relacionamento entre os seres vivos e o meio ambiente, são os problemas ecológicos.
Relativamente recente tem sido a conscientização das populações para esse tipo de destruição, que o homem, consciente ou inconscientemente, vem provocando na terra, nas águas e na atmosfera. (...) Não se pode deixar de reconhecer que os novos processos tecnológicos, aliados à enorme proliferação dos estabelecimentos fabris, sem os necessários cuidados capazes de evitar a poluição, vão causando a destruição da vida animal nos rios, lagos e mares, com o contínuo lançamento de dejetos e resíduos industriais nas águas, ao mesmo tempo que fábricas e máquinas de toda espécie contribuem para poluir a atmosfera.
Some-se a tudo isso a destruição contínua das florestas e de muitas espécies animais e ainda a ameaça das bombas, usinas e lixo atômico e tem-se um quadro sombrio das condições materiais do mundo contemporâneo, agravando-se pelo descuido, imprevidência e deseducação, gerando o desequilíbrio mesológico (ecológico) e perspectivas pouco animadoras. (14)
Sabemos, entretanto, que a destruição abusiva irá desaparecer, paulatinamente, da Terra, em razão do progresso moral e intelectual do ser humano. Atualmente já existe um número significativo de indivíduos e organizações, espalhados pelo mundo, seriamente trabalhando para que a vida no Planeta se desenvolva num clima de equilíbrio, o que demonstra uma conscientização mais ampla a respeito desse assunto.
Referência Bibliográfica
1. KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 45. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2004. Cap. III, item 20, p. 81.
2. ______. Item 21, p. 81-82.
3. ______. Item 22, p. 82.
4 .______.Item 23, p. 82-83.
5. ______. Item 24, p. 83.
6 .______. p. 83-84.
7. ______. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Questão 728, p. 346.
8._______ . Questão 728 - a, p. 346.
9. ______ . Questão 731, p. 347.
10. ______ . Questão 735, p. 348.
11. CALLlGARIS, Rodolfo. As Leis Morais. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Item:lei de destruição, p. 90.
12. SOUZA, Juvanir Borges de. Tempo de Transição. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Cap. 35 (A lei de destruição), p. 285.
13. ______ . p. 285-286.
14 . ______. 287-288.
Outro texto sobre o tema:
Os seres vivos, para se alimentarem, "destroem-se" reciprocamente, seguindo esta aparente destruição dois fins:
1) Manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tornar-se excessiva, quebrando a dinâmica de interdependência que existe entre os seres;2) Utilização dos despojos do invólucro exterior, que sofre a destruição. Esse invólucro é simples acessório; a parte essencial do ser pensante é o princípio inteligente, que não se destrói, mas se elabora nas metamorfoses diversas por que passa.
Os meios de preservação de que a própria natureza é dotada têm a finalidade de evitar que a destruição se dê antes do tempo, o que inibiria o desenvolvimento do princípio inteligente.O medo inconsciente do homem pela morte é a manifestação do instinto de conservação animal; é a manifestação inconsciente da necessidade que o seu espírito tem de se desenvolver. Por isso, deve enfrentar as provações da vida sem apelar para a fuga das reclamações, das acusações indevidas, nem tão-pouco aspirar à morte física como forma de resolver os problemas que o alcançam.
A necessidade de destruição, para estabelecer o equilíbrio ecológico e psicológico, é proporcional à natureza dos mundos, cessando quando o físico e o moral se acham mais depurados do que aqui na Terra; são características de mundos mais adiantados que o nosso. Mesmo aqui na Terra, à medida que há uma maior depuração, o sentimento de preservação sobrepuja o de destruição, dando ao homem melhor posição no seu desenvolvimento intelectual e moral.
O direito de destruição sobre os animais, bem como sobre os vegetais, está regulado pela sua necessidade, pagando o homem alto preço por qualquer abuso que cometa denotando apenas a predominância dos seus instintos bestiais destrutivos.
Quando a destruição dos animais é evitada, por excesso de escrúpulo ou por imposição religiosa, o facto em si louvável, passa a ser apenas manifestação supersticiosa, pois o homem excede-se de outra maneira. Só é válida quando aceite interiormente, sem riscos para seu bem-estar ou sobrevivência, e sem revolta.
FLAGELOS DESTRUIDORES
Os flagelos destruidores são permitidos por Deus na medida em que os resultados que deles advêm, e que nem sempre são vistos, admitidos e aceitos pelo homem, os levam a uma regeneração moral, dando advento a uma melhor ordem, que se realiza em poucos anos, em vez de alguns séculos.
São meios de aceleração do progresso da humanidade que, pelas dificuldades, se vê obrigada a mudar a maneira de agir. Tais meios, porém, são de excepção, pois, regularmente, o homem tem, como meio de progredir, o conhecimento do bem e do mal, que, não sendo convenientemente usado, resulta em medidas de excepção, tomadas pela lei de equilíbrio que rege a vida das pessoas, dos grupos, da sociedade, das nações e da humanidade.Pelo facto dos espíritos preexistirem e sobreviverem a tudo, eles formam o mundo real. Os seus corpos físicos e o meio físico no qual eles desenvolvem as suas potencialidades espirituais são meros instrumentos de aperfeiçoamento do verdadeiro eu espiritual. Portanto, quaisquer flagelos que nos atinjam, enquanto encarnados e pelo tempo que for, nada mais serão que meios de educação para a eternidade.
Paciência, resignação, abnegação, desinteresse, amor ao próximo, são sentimentos que caracterizam o homem livre do egoísmo. A forma pela qual eles são conquistados é secundária, tanto podendo ser por adopção como pelo sofrimento que advém da não adopção.
Grande parte dos flagelos são resultantes da imprevidência e do abuso, como se fossem um contragolpe às manifestações orgulhosas e cheias de vaidade do homem.
GUERRAS
As guerras, por exemplo, são o resultado da predominância da natureza animal sobre a espiritual, pois nascem e são fomentadas pelos interesses egoístas de grupos que lutam pelo poder e escravizam e subjugam para mantê-lo.
A guerra desaparecerá da Terra quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus — amar ao próximo como a si mesmo e a Deus acima de todas as coisas (Deus como símbolo de harmonia e de equilíbrio).
A guerra ainda existe na Terra como uma forma usada pelos segmentos da sociedade discordantes e conflitantes entre si — mecanismo servo e senhor — para haver uma libertação do que se encontra escravizado e explorado, dando-lhes possibilidade de progresso e também manejo do mundo, colocando o que estava na posição de senhor como obrigado a sair da sua função de bem-estar para a de luta e trabalho, que levarão todos ao progresso. A alternância destas duas posições — mando e submissão — é que ensina o homem, na sua viagem pelas diversas encarnações, a desenvolver o equilíbrio e o amor ao semelhante.
ASSASSÍNIO
No caso de assassínio, o mal está em que uma vida de expiação ou de missão foi interrompida pela morte imposta, mas o grau de culpabilidade de quem assim agiu está na intenção com que o cometeu; cada tipo tem a sua pena conforme a sua especificidade intencional. Nos casos de legítima defesa, só a necessidade de assim agir, baseada na impossibilidade total de preservar a vida sem atentar contra a vida do agressor, é que tem a escusa divina. Nas guerras o homem não é culpado quando constrangido à força, mas qualquer crueldade, como qualquer gesto de bondade e humanidade, pesarão no seu julgamento.
O aborto, mesmo o protegido pela legislação humana, é considerado um crime, variando a penalidade conforme a intenção que o motive.
CRUELDADE
A natureza ainda inferior do homem adiciona à destruição a crueldade, que vem a ser uma maneira materialista de ser, pois apenas experimentam as necessidades da vida do corpo os que agem cruelmente por não se darem conta da continuidade da vida em outros níveis. A crueldade deriva da falta de aplicação do senso moral, que gradativamente se desenvolve nos seres, cumprindo aos homens bons, já moralizados, pelas suas acções anularem a influência dos maus e pelos seus exemplos auxiliarem a transformação gradativa dessas criaturas.
O desenvolvimento moral enfraquece o domínio das faculdades puramente animais, que predominam nos homens inferiores. Assim se abafa e neutraliza a sobreexcitação dos instintos materiais a favor do senso moral ainda incipiente dos pouco evoluídos. No meio dos bons, às vezes aparece uma "ovelha desgarrada", que nada mais é que um espírito inferior, disposto esperançosamente a melhorar, mas, não tendo estrutura, deixa-se levar pela predominância da sua natureza primitiva. Porém, com a sucessiva passagem em diversas experiências corporais, neste ou noutros mundos, todos os espíritos estão fadados a desenvolver as suas potencialidades divinas, que são atributos inalienáveis de todo o ser criado por Deus.
PENA DE MORTE
Terá o homem o direito de tirar a vida de outro homem, mesmo que este tenha tirado a vida a alguém?
A pena de morte é contrária à lei de Deus, e a sua manutenção é traço do atraso espiritual dos povos que a mantêm e sustentam. Há outro meio de evitar que um elemento perigoso ponha em risco a vida de outras pessoas; de resto, matando o seu corpo não se está a livrar a sociedade da sua influência má, negativa e revoltada, pois, como espírito, continuará associado ao meio criminoso, inspirando criaturas frágeis, que funcionam como instrumentos de acção em busca de vingança e satisfação dos seus instintos cruéis. Procurar, de todas as formas, regenerar o criminoso, tentando reparar um mal que começou a ser feito quando ele foi relegado ao abandono e à marginalidade, na infância, reconhecendo que a maior parte da criminalidade surge por falta de educação e condições sociais mínimas, em face do desequilíbrio existente na má distribuição dos bens e da riqueza, que são acumulados egoisticamente por pequenos grupos, que passam a vida inteira preocupados em fazê-los crescer e preservando-os, como único meio de satisfação e felicidade. A marginalidade é a cobrança social que a própria lei de causa e efeito promove, pela falta de investimento na educação e nas condições básicas de sobrevivência.
Nota-se, igualmente, grande número de criminosos e assaltantes que agem de maneira refinada e elegante, escapando quase sempre das malhas da lei humana, mas que jamais poderão escapar das leis divinas, que estão presentes em todas as situações de vida.
A pena de morte imposta a quem matou não encontra fundamento e justificação na lei divina, porque somente o Criador pode dispor da vida da criatura.
Geralmente, quem foi causa de sofrimento para o seu semelhante virá a enfrentar situações em que sofrerá o que tenha feito outrem sofrer, pois a leis matemáticas inscritas nos mecanismos da consciência individual ditam a essa mesma consciência que qualquer equilíbrio rompido deve ser recomposto com o trabalho de quem o desajustou. Quando a pena de morte é imposta em nome de Deus comete-se um verdadeiro sacrilégio, pois, orgulhosamente, o homem autopromove-se à criação divina de distribuidor da justiça, colocando-se, assim, distante da compreensão verdadeira de Deus. Vaidosamente, o homem coloca-se na condição de substituto de Deus, sobrecarregando o seu espírito com todos os males que assim promover.
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